terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os Irmãos


Desde a coletiva (que não teve) dizendo que eles iriam parar por tempo indeterminado, minha concepção de poesia melódica foi caindo de um jeito tão brusco que hoje já não espero muita qualidade além das músicas que cada um deles resolve fazer sozinho... é estranho tratar uma banda que fez tanto sucesso como se eles estivessem mortos ou algo muito triste tivesse acontecido pra não dar seguimento na carreira tão genial que eles tiveram.
Muito do que sou hoje, musicalmente falando, devo a eles, às harmonias ricas, aos arranjos trabalhados e aos mil e um ritmos dentro de uma mesma música sem que pareça um pout pourri cafona digno dos "novos ídolos" da música nacional.
Das desilusões de Azedume, Anna Júlia, Outro Alguém e Pierrot às respostas de Tenha Dó, Descoberta e Vai Embora, algo em comum: a sutileza de falar tudo sem nem precisar abrir a boca.
Traduzir em canção sentimentos desconexos fazendo-os dialogar não só entre si mas com a realidade de quem os ouve não é tarefa das mais fáceis e eles faziam isso como ninguém... Tanto que os shows das carreiras solo que deram continuidade na vida musical de cada um deles sempre acabam nos mais consagrados sucessos de quando estavam juntos. Bons demais separados, imbatíveis unidos.
Os motivos pelos quais escreviam as mais belas canções e o modo como davam vida aos textos em cima do palco são dignos do público se emocionando na primeira fila dos shows, nas gravações dos DVDs e tê-los presentes em 15 a cada 10 rodas de violão que tenham pelo menos uma pessoa que já os ouviu na vida.
Se algo pudesse fazê-los voltar, talvez o Brasil entendesse o quanto esses caras são geniais e quanto cada história da vida de todos nós se encaixa em uma música deles. A perfeição se faz quando você ouve uma música como "Do Sétimo Andar" sem saber o motivo pelo qual ela foi escrita e descobre depois que o Amarante fez pro cachorro dele... Obrigado por terem sido quem foram e obrigado por continuarem sendo Los Hermanos.



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